avesso



te escrevo
para que não saibas
para que não me conheças
para que não me queiras
mesmo com toda
possibilidade se esvaindo
(se é que ela algum dia
existiu)
fui presa fácil
e agora
de asas cortadas
espero o tempo
olho no espelho
sem medo
sem remorso
até que passe

bacante


teu sexo me desvirtua
a consciência
e feito cigano
trilho as eiras
e as beiras do teu engano
sem filosofia
Baco me guia
pelas vinhas
coxas
veredas
teu sexo me inebria