ácida





não tenho a alma dos que compelem
não tenho a fúria dos que conferem
se minha vida caminha a passos retos
se me misturo com ratos passeando sobre o teto
meu estômago não digere falatórios
abro os olhos para quem confere relatórios
minuciosos
falácias
falsas e ácidas línguas
tentando tirar o mofo que os deixa
tacanhos aflitos à míngua
qualquer reza é ninharia
qualquer papo é conflito
não tenho tino para debates
não tenho mais susto para alardes
com as unhas de fora
arranho as últimas evidências do meu
questionável caráter
deixo as consequências para quem vier atrás
me permito dizer “tanto faz”
fique com as sobras
por ora