muro
perdi o fôlego
a voz e a vez
tateei no escuro
sem conseguir enxergar
me entreguei a uma languidez
apenas externa
mas não valeu a pena
a exata ternura que procuro
caminha sobre os cacos
do muro
descalça
pele
a pele calejada
filtro perene de emoções
a vista turva
a lágrima barata
vadia
escorrendo aos turbilhões
um não saber
o meio termo
um passo em falso
mãos tateando
a esmo
olhos como barcos
à deriva
no espelho preso
sono
ópio para a dor
reflexo da imagem
cativa
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