só quando arrisco
a poesia em mim
salta
e se pouco ou nada
falta
perco as contas
de cada lampejo
de cada suspiro que
arremata o desejo de
tecer armadilhas
e dançar com minhas
sapatilhas de ponta
sobre a tua audácia
mesmo que ela esconda
a vontade da carícia
arrisco a malícia
do olhar para
me fazer de conta
no teu colar
depois do carnaval
o tempo contado
minuto a minuto
passa arrastado
invento artimanhas
enfeito minhas tranças
coloco a saia mais bonita
rodo os ponteiros
e faço do agora
fevereiro
meu samba começa
depois do carnaval
outro lado
procuro
vício desmedido
por todos os
cantos
assumo
prazer reprimido
traço contido
na minha latência
sem elegância
vasculho o lixo
mendiga de minha existência
agora me diga
me fale
onde deixei
onde perdi
a minha ausência?
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