Não colonize o corpo

Da mulher 

Não toque, não opine

O corpo é dela e vive

Respira

Sente

Move 

Só ela sabe as marcas que carrega


Não colonize a vontade

Da mulher 

Não intimide, não limite 

A mulher quando ousa querer

Já venceu muitas

Barreiras

Ameaças

Fronteiras 

Só ela sabe o custo do seu desejo 


Não colonize a ternura

Da mulher 

Não rotule o carinho, o afago

Não colonize o discurso

Da mulher

Sua fala, sua voz 

Não colonize a presença

Não colonize o sonho 

Não colonize o sexo

Da mulher


Porque tantos territórios ainda 

Permanecem incontestes 

A mulher

Não é um deles










*Tela de “A escrava à venda” de Jimenez Aranda José (1837-1903).

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