Desdita


Destilo minha acidez
Irascível
Cometo as maiores
Atrocidades
Em partes
À parte de tudo
Me calo
Consinto tua aridez
e reprovo todos
os dados que me levem
a hipóteses
malditas
desditas
desando por
sobre minha certeza
sobre células
telepáticas
caóticas
confusas
minha cabeça
e a da medusa
se entendem
nessa ânsia de
sonhar
o sempre
o novo
sempre

4 comentários:

  1. e continua.. tudo novo denovo.

    ass: sua psicótica favorita :*

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  2. Agora sei que o amor
    Sobrevive de letra de música ruim
    E da perversão da memória
    Mesmo quando o afogamos
    Num vaso imundo de buteco

    Mas isso não pode ser tudo
    Deve haver estampado
    em algum tecido vermelho
    um diabinho tão bom quanto o cupido
    que me faça imune a tanta tentação

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  3. já que descobriu meu segredo
    amar com o outro em degredo)
    só me resta beber
    cada dose
    e deixar o ardido
    e o negrume do tecido
    estampar meu rosto
    manchado do lápis
    barato
    e não tem cupido
    que se aproxime agora

    se vier
    aviso logo
    tô fora

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  4. Não acho justo
    quando me pegam em degredo
    desprevenido
    eu tenho medo
    da parte que me toca
    desta epifania
    da cria de cabeças
    pensando juntas
    das lutas insanas
    a espalhar o baton no mundo
    do cupido desesperado
    ouvindo cada descompostura
    rouca dita em grito e sussurro
    e do olhar desafiador e ensandecido
    dizendo com um quê ardido
    Cai dentro!

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