vou calar
para não dizer o impreciso
para não mentir o que preciso
vou deixar que os olhos digam
que os pés sigam teu rastro
na ponta no lápis
na noite escura
e o som da viola sem cura
a dor que se aproxima
só cabe em rimas
ou outra maneira
de falsear a verdade
ainda que tarde a razão
no lugar do sim
eu digo não, minto
escrevo o que cabe no agora
no momento, na chuva
não cabe tormento
não cabem folhas despedaçadas
pelo vento, nem lá fora
nem aqui dentro
por ora

Um comentário:

  1. por ora despedaço o coração
    e sigo inteira
    feita de papel
    e sem razão...

    belo poema, Bella! beijo pra ti.

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