minto quem sou quem fui
conto falsos segredos
dedilho inverdades
e teço o enredo
do meu jeito

finjo onde estou onde fui
me faço vontade onde
a verdade rui
desfaço o dedo do gatilho
aponto o riso sem graça

sinto o que sou sem orgulho
deixo a fagulha
espalhar sobre palha
grão de areia
perdida na praia

escrevo sobre pedras
desatino sobre o chão
escalo paredes
dinamito a coerência
me faço ausência onde
sobra exagero

não nego
malícia ou despudor
não meço
esforço de ser
torço o nariz
sem esperar pelo instante
sinto tudo
cada segundo
por um triz

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