os excessos que cometo
são só meus
as mentiras que eu me conto
as ciladas que forjo
pra prender os sentidos
os grandes silêncios
o olhar perdido
a lágrima que turva a vista
demora
da
mente
é minha
a tez crispada em arrepio
a espera que não sei viver
o tempo que não me sabe passar
é todo meu este quintal
quando o que sinto só
faz chorar
é todo meu o amor que não me sabe
que não me sente
e que não sinto
é toda minha a ausência
este modo de não saber o que dizer
e de não saber
é todo meu o medo de me saber
a fundo
de me descobrir no meio do mundo
do meu mundo
e de todos os outros

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