não vou dizer
que sinto falta das nossas conversas
e da cumplicidade do nosso olhar
das mentiras que contamos
um ao outro
pra acariciar a existência
do insólito
não quero a lembrança cheia de pudor
dos despudorados que fomos
quero o silêncio
o respeito
quero a remota possibilidade
da frieza
e rezar
para que a distância entre nós aumente
não vou dizer
que não sinto falta
que não sinto tua falta
mas digo que não quero
tua amizade forjada
atrás de portas
semicerradas

Um comentário:

  1. caralho! Só nao o recitarei para a pessoa que lembrei, pois este merece um poema tão bonito. Mas é isso, devo assumir...

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