não quero apagar todas as nossas conversas
nem riscar do calendário
o dia que não te encontrei
não quero saber de ti
nem o bem que você me fez

não quero lembrar do teu cheiro ou gosto
que não senti
não quero lembrar
de como não abandonei
meu corpo sobre o teu corpo
languidamente

não quero saber a insegurança
dos teus sonhos fugidios
nem sobreviver
na masmorra de um consolo
intragável
mas vejo e sinto palpável
as portas da tua fuga se abrindo
iminentes

permaneço atenta
e tento gravar no papel a história
daquilo que por medo
não deixamos fazer parte
da memória

Nenhum comentário:

Postar um comentário