acostumada que estava
à sua presença invisível
senti parte de mim esmaecer
escorrendo líquida na parede
recém pintada
borrão

inundando meu corpo
transformando em rio
sem conseguir resolver
o misterioso caso da rima
sem solução

a palavra fica solta
como metades
que não se encontram
esperando um par
como olhos marejados
que só sabem inundar

acostumada que estava
com as verdades
inventadas à meia noite
dormia dias a fio
esperando encontrar
a ponta da rima perdida
no meu não saber amar

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