trilhar o caminho de dentro
voltar à casa que não conheço
pisar por sobre toda pedra
percorrer os caminhos de terra
rios que nascem ao contrário e chovem

sem querer arrancar os pés de mato
que crescem e tomam o caminho
assumo ser espinho
vantagem de quem (se) protege
áspera folha do lavrado

o trajeto de volta nunca é o mesmo
desmerece a consciência agredida
em cada instância, e ainda assim
nascida debaixo de chuvas torrenciais
rios que nascem ao contrário e choram

chuva sempre vira cachoeira
pó, e pede pra assentar a poeira
acalentar a menina, que ainda sonha
ainda dança e lê, meio enganada
meio enleada. chove
e chora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário